Varíola só foi erradicada por causa das campanhas de imunização
Estamos sendo surpreendidos por notícias crescentes do avanço de doenças imunopreveníveis, ou seja, aquelas que podem ser prevenidas por vacinas – e parte dessa lamentável realidade é porque muitas crianças não estão sendo vacinadas por motivos diversos, como por exemplo: pais que julgam que a doença está eliminada ou ela é leve, medo dos eventos adversos, motivos filosóficos e religiosos, crítica à composição das vacinas, à sua eficácia e ao interesse financeiro e lucro das indústrias farmacêuticas e até o conflito entre liberdade individual e a saúde pública. Todos esses motivos podem ser resumidos em um só: a confiança que alguns pais os responsáveis possuem na capacidade de imunidade natural, ou seja, produzida pela própria criança quando entra em contato com o agente que gera a própria doença.
Escolhendo não vacinar o filho, muitos pais ou responsáveis não consideram que outras crianças não possuem o mesmo acesso que a família deles possuem e negligenciam que sua escolha possa matar outra criança, permitindo que o agente patogênico causador da doença circule mais.
Temos que lembrar também que a vacinação de menores “é OBRIGATÓRIA nos casos recomendados pelas autoridades sanitárias”, ou seja, é obrigatória por várias leis, entre elas, o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) – Lei no 8.069/90 5 – que regulamentou o artigo 227 da Constituição Federal de 1988.
Assim, para que possamos fazer nossa parte como cidadãos e pais, divulgo a campanha que ocorrerá entre 1º e 31 de agosto, destacando que a imunização coletiva foi uma das grandes conquistas que tivemos no mundo, ela impediu a morte de milhares de crianças que não teriam condições de se autoimunizar.
Não podemos nos acomodar com o retrocesso que estamos vivenciando numa área que seguramente representa uma das medidas mais eficazes que a medicina já ofereceu à humanidade.